quarta-feira, 2 de março de 2011

O custeio ABC nos Hospitais

Por Jaime Gil Bernardes


Acredito que para hospitais, o modelo de custeio por absorção (ou mesmo aquele modelo mais usado - não ter sistema de custeio) não é adequado, pois os processos e os produtos (a resolutibilidade) são tão diferentes que não é possível determinar o custo por este meio.


E os hospitais são as organizações que mas precisam de um modelo de custeio confiável, seja para poder negociar honorários com os planos de saúde, para negociar valores com as prefeituras ou SUS, seja para formar um preço a ser cobrado de um paciente particular. 


Ao mesmo tempo, um sistema de custeio adequado permite verificar e analisar as não conformidades nos processos bem como detectar desperdícios, pois mapeia a organização e verifica, constantemente, as variações de custos em cada setor ou processo. Serve, ainda, para diagnosticar se os processos agregam valor ao cliente ou se não agregam valor ao cliente. 


O Custeio ABC - Custo Baseado em Atividades proporciona isso, ainda mais quando tem o complemento do sistema por UEP - Unidade de Esforço Padrão. 


Na indústria o sistema de custeio ABC já são utilizados há muitos anos e trazem excelentes resultados na análise gerencial. Mas os hospitais continuam, com sua cultura corporativista e ultrapassada, a serem os últimos a implantar os modelos de gestão já consagrados. Veja quanto tempo os sistemas de qualidade levaram para chegar nos hospitais e quando chegaram trouxeram uma assombroso efeito, tanto na assistência como nas finanças. 


O custeio ABC já é um assunto antigo e já deveria ter sido implantado em hospitais, mas não existe "cases" a serem trabalhados, bem como não existe literatura adequada. Recentemente troquei uns e-mails com um conceituado consultor de custos e solicitei algum material sobre custeio ABC em hospitais. Ele me mandou bastante material, mas para minha surpresa, tudo em inglês, ou seja, não há material no Brasil.


O mesmo vem acontecendo com o "Lean Manufaturing", que é uma ferramenta excepcional para hospitais, mas ainda não há iniciativas no Brasil e a literatura é pobre, sendo que eu conheço apenas um artigo em português sobre a sua utilização em hospitais.


Eu defendo a mudança neste modelo cultural com a adoção de ferramentas que ora já são utilizadas na indústri, com intuito de minimizar custos e melhorar a qualidade assistencial. (veja no meu blog: http://jaimegilbernardes.blogspot.com/2011/02/inovacao-em-hospitais.htm).
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