FGV Management
Ser chefe nunca foi uma tarefa fácil. Mas, hoje em dia, com o mercado cada vez mais competitivo, os desafios são ainda maiores e as competências do gestor são testadas o tempo todo por superiores e subordinados.
E qual é a melhor forma de conquistar os seus funcionários e exercer da melhor maneira a sua autoridade?
Linda Hill, professora da Harvard Business School, diz que o que realmente importa é o quão bom você é no que faz.
- Hoje, o mundo é tão competitivo e os papéis a serem desempenhados são tão complexos, que se você não for bom no que faz, você está em apuros - afirma
Listamos abaixo três regrinhas que podem ser seguidas por chefes ''de primeira viagem'', segundo especialistas americanos:
"Chefe" é apenas uma palavra: seja você mesmo
De acordo com Linda Hill, até mesmo os CEOs mais experientes já perceberam que precisam repensar a forma como lançam mão de sua autoridade para ter o trabalho bem feito. A autoridade formal - status oficial que o profissional ganha ao assumir seu novo papel - tem um impacto surpreendentemente pequeno em sua capacidade de exercer uma influência eficaz na equipe, ressalta Hill.
A professora de Harvard já disserta sobre chefes de primeira viagem há algum tempo. Ela acaba de lançar o livro "Being the Boss: The 3 Imperatives for Becoming a Great Leader", mas quase 20 anos atrás escreveu sua primeira obra sobre o assunto, "Tornando-se um gestor", publicado em 1992.
A especialista afirma que as pessoas acreditam demasiadamente que a autoridade formal é a melhor maneira de influenciar os outros. O que é preciso, no entanto, é construir credibilidade com as pessoas e desenvolver outras formas de autoridade e influência.
- O objetivo, na verdade, não é controlar seus funcionários, mas sim que eles comprem a sua ideia, que o apoiem no que você está fazendo - acrescenta.
Quanto mais talentoso for o time que você gerencia, menos eles vão se preocupar com sua autoridade, argumenta Linda. Um histórico de competências é o que realmente vai contar na hora de comandar uma equipe, e os chefes ''de primeira viagem'' precisam descobrir como ganhar esse respeito - não apenas representando uma versão clichê do ''estado autoritário''.
- Muitas pessoas assumem cargos de gestão pensando que devem agir de forma truculenta, como agem os treinadores de futebol, ao invés de serem pessoas agradáveis, porém firmes, como realmente devem ser - diz Hank Gilman, autor do livro "You Can't Fire Everyone, and Other Lessons from an Accidental Manager", que aborda a tentação que os novos chefes têm de serem alguém que não são.
Tire um tempo para fazer uma auto-análise
Chefes de primeira viagem precisam pensar além dos desafios básicos da gestão. Dilemas éticos também vêm atrelados ao trabalho, diz Linda. É preciso estar em constante autoanálise:
- Um gestor não deve se preparar psicologicamente apenas para fazer demissões. A função vai além disso. Quão mais experiente você se torna, terá que enfrentar dilemas éticos cada vez mais complicados. Certamente, você irá querer se preparar para isso.
Na hora de planejar suas ações, além de aprender a administrar seus próprios sentimentos, o gestor deve, acima de tudo, se mostrar preocupado com os de seus subordinados.
- Os trabalhadores dependem de você para dar o melhor de si - acrescenta Linda.
Gilman, por sua vez, diz que os chefes precisam parar de tentar resolver os problemas demitindo pessoas e deveriam começar a investir nelas.
Mas a auto-análise da qual Linda e Gilman estão falando não se refere apenas às más notícias. Em sua carreira como gerente, Gilman diz que tem tentado priorizar pequenas mudanças, como, por exemplo, dar feedbacks de forma mais regular - um ponto fraco pessoal que, como executivo, ele acha que deve ser corrigido.
Construa relacionamentos que possam capacitar sua equipe
Laura Hill dá como exemplo a história de uma executiva encarregada de montar um escritório regional na América Latina, que foi obrigada a manter o foco em pessoas cujo trabalho não acompanhava para conseguir tornar sua equipe um sucesso.
- Se você não gerenciar seu relacionamento com seus chefes e seus pares, sua equipe não terá os recursos necessários para fazer o trabalho - diz Laura.
Mantendo uma relação direta com os superiores que controlavam os recursos da empresa, a executiva mencionada por Linda estava certa de que poderia dar a seus funcionários tudo o que precisavam. Com o tempo, ela entendeu que as empresas são inerentemente complicadas entidades políticas e decidiu mudar de estratégia. A partir dessa constatação, a empresária começou a construir melhor as relações e a compreensão entre os membros de sua equipe.
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