Por Michael Michalko
- Nunca, jamais examine a si mesmo ou a maneira como você gerencia.
- Nunca contrate gente inteligente. Rejeite todos os candidatos que tenham amplos interesses intelectuais ou artísticos. Ao invés disso, procure candidatos que sejam bem apessoados e causem boa impressão. O candidato perfeito é aquele que se sentir mais confortável dentro do seu “caixa”.
- Seja lá o que você faça, faça-o repetitivamente, sempre e sempre. Nunca indague para onde vai o seu negócio, nem o seu mercado, nem a sua concorrência.
- Desencoraje todas as perguntas.
- Encoraje aquela postura mental corporativa que rotula as pessoas criativas como sendo todas “piradas”.
- Faça um monte de reuniões estruturadas. Mate as idéias no nascedouro, tão logo sejam apresentadas, com comentários como: “isso não vai funcionar”, “isso já foi tentado antes”, “se isso servisse para alguma coisa, alguém já o teria feito antes”, “vamos formar um comitê para dar uma olhada nisso”, “eu lhe darei o retorno”, “sim, mas...”, ou tente das umas olhadas tortas, ou fique em silêncio. Se alguma reunião conseguir produzir uma idéia que você não consiga matar, exija imediatamente a apresentação de documentação e estimativas de custo. Exija garantias prévias de que a idéia vai dar certo e faça com que todos saibam que suas carreiras estão na “linha de fogo”.
- Obrigue todos a trabalhar segundo o seu sistema. Nunca tolere qualquer sugestão que indique que o seu sistema esteja gerando algum problema.
- Elabore os seus planos e metas estratégicos da maneira mais vaga possível. Nunca deixe o pessoal saber quais são os seus “verdadeiros” planos. E nunca mude seus planos.
- Jamais dê incentivos ou recompensas significativas. Argumente que todos os lucros devem ser reinvestidos na empresa, para o bem da empresa.
- Nunca permita que as pessoas relaxem nas reuniões. Algo ocorre quando as pessoas despertam o seu lado lúdico - elas começam a inventar idéias. Mantenha a seriedade.
- Desencoraje todas as iniciativas. Diga às pessoas exatamente como devem fazer o trabalho delas. Se você contratou as pessoas certas, provavelmente você não terá gente que tome iniciativas.
- Mantenha a sua organização altamente centralizada.
- Não se torne acessível aos seus empregados. Mantenha a sua porta sempre fechada. Use a linguagem corporal para mostrar que você não deve ser perturbado.
- Mantenha a organização em fogo brando.estabeleça códigos de vestimentas e quadros organizacionais simétricos. Desencoraje qualquer coisa que possa empolgar os empregados sobre o trabalho deles.
- Promova às posições mais elevadas os seus empregados menos criativos, da maneira mais rápida que você conseguir. Faça com que eles se tornem altamente visíveis, dando-lhes carros da empresa, títulos, vagas de estacionamento, bônus especiais e outros troféus de “status”.
- Se alguém dá uma idéia, é porque esta é irrelevante. Se provarem que é relevante, diga que não vai funcionar. Se provarem que pode funcionar, diga que a idéia é perigosa. Se provarem que é segura, diga que é invendável. Se provarem que é uma idéia vendável, diga que você formará um comitê para estuda-la. Assegure-se de que não haja alguém realmente com poder no comitê. Desta maneira, não haverá ninguém com estofo para levar a idéia adiante.
- se alguém quiser tentar fazer alguma coisa nova, lembre à pessoa as falhas e fracassos em que ela incorreu no passado.
- Se você notar que alguém está preocupado um problema, diga-lhe para pensar sobre o assunto usando o tempo dele, não o seu.
- Nunca dê espaço para intuições, “sentimentos-nas-tripas” ou palpites.
- Se você não tiver outro jeito senão aceitar uma idéia criativa, não dê qualquer espécie de feedback ao seu criador.
- Envie montes de memorandos e cópias a todos sobre como optar pelo que é seguro. Quando você joga para não perder, você não tem que se preocupar em assumir riscos, em inovar ou enfrentar desafios.
- Participe de seminários que são projetados para mudas a maneira como você pensa. Depois, reúna os seus empregados e faça um estardalhaço sobre a necessidade de inovar, pensar criativamente e assumir riscos. Preconize abstratamente estas “concepções” e depois não mude coisa alguma na maneira como você gerencia ou recompensa as pessoas.
- Não compre ou leia livro algum sobre pensamento criativo. Se um empregado mencionar um livro um livro desses, saia de fininho o mais rápido possível, sem fazer qualquer comentário.
- Quando sua empresa já não estiver competitiva, assegure-se de que os seus empregados percebam que o colapso da companhia foi uma coisa que estava fora do seu controle. Culpe a recessão, a economia mundial, o governo, as práticas desleais dos fornecedores ou dos consumidores antiéticos.
Michael Michalko é autor de THINKERTOYS: Manual de Criatividade em Negócios (Cultura Editora, São Paulo, 1995.)