sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Implantação de Lean Healthcare no Hospital Consorci Sanitari del Garraf, localidade próxima a Barcelona.

Para quem trabalha com hospitais, vale a pena assistir o "case" de implantação do Lean Healthcare do Consorci Sanitari del Garraf, localidade próxima a Barcelona.
Este "case" mostra os ganhos obtidos e principalmente que é possível, pois os problemas culturais que eles tiveram são muito parecidos com os problemas dos hospitais brasileiros.

Uma força de trabalho extremamente engajada e um compromisso em melhorar o cuidado com o paciente fez do Consorci Sanitari del Garraf um ótimo exemplo de uma área da saúde lean.
Leia o artigo e assista aos vídeos em http://goo.gl/Nrz3fb


 
O texto está em português e os vídeos estão em espanhol com legendas em inglês.

Hospitais filantrópicos precisam investir em gestão, diz especialista

Por Diego Antonelli
Jornal Gazeta do Povo – Curitiba – PR - 10/02/2016

As dificuldades financeiras dos hospitais filantrópicos não podem ser explicadas somente pela defasagem na tabela de pagamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa é a posição do especialista em gestão em Saúde, Jaime Gil Bernardes, mestre em Administração. Segundo ele, é inegável que os valores pagos pelo Ministério da Saúde são baixos, mas outros fatores ligados a dificuldades de gestão hospitalar interferem diretamente no setor, que vive o risco de ter leitos fechados em todo o Brasil. A dívida do setor é de R$ 21 bilhões em todo o país.

Dívidas ameaçam funcionamento de Santas Casas e hospitais filantrópicos - Leia a matéria completa

“Na realidade os baixos valores pagos pelo SUS se tornaram um culturalismo recorrente nos hospitais, uma caixa preta, onde a culpa da má gestão é colocada. Se existe um problema, é mais fácil colocar a culpa no SUS do que arregaçar as mangas e tentar resolver os problemas”, afirma Bernardes.
O primeiro passo para tentar sanar essas dificuldades, alerta o especialista é a profissionalização da parte administrativa. “O setor de faturamento de um hospital é uma das coisas mais complexas que existem. Um erro muito comum na gestão hospitalar é colocar médicos no comando estratégico. Treinamento, liderança, indicadores e outras práticas comum nas empresas parece que estão longe de muitos hospitais no Brasil.”, afirma ele, que ocupou cargo de gestor hospitalar no Rio Grande do Sul.
Segundo ele, há hospitais que possuem uma gestão profissionalizada que conseguem resultado financeiro melhor. “Mas os valores do SUS são os mesmos para estes hospitais e para os outros. Então como é que conseguem? Gestão, gestão, gestão”, aponta.
Vilão
Bernardes afirma ainda que o grande vilão no caixa de um hospital é a quantidade de desperdícios. “Não somente com materiais inutilizados e medicamentos não usados, mas com pessoas caminhando desnecessariamente dentro do hospital, salas cirúrgicas vazias, equipamentos sem manutenção. A literatura já fala, há muito tempo, que 40% dos recursos de um hospital são desperdiçados”, ressalta.

MP acompanha situação de hospitais em Curitiba
A Promotoria de Justiça de Proteção à Saúde Pública recebeu a informação no fim do ano passado sobre a possibilidade de fechamento de leitos em hospitais filantrópicos do estado, entre eles a Santa Casa de Curitiba. “A Promotoria de Justiça está acompanhando a questão para verificar as providências que serão adotadas pelo gestor público para resolver a situação”, informa em nota o Ministério Público.

Um exemplo de erros de gestão é a Santa Casa de São Paulo. A instituição enfrenta, desde 2014, a maior crise financeira de sua história, com um rombo R$ 773 milhões nas contas. Uma auditoria encomendada pela Secretaria Estadual da Saúde apontou que existia má gestão na Santa Casa. Dentre as irregularidades, o relatório indicou a compra de materiais superfaturados, pagamento de super salários e fraudes em contratações de serviços.
Para os hospitais que já estão endividados a solução, segundo ele, é começar imediatamente um projeto de reestruturação da estratégia e dos processos, “proporcionando que esta dívida não aumente e quem sabe, ao passar do tempo, estas dívidas antigas possam ser negociadas”, diz Jaime Gil Bernardes.
Texto originalmente publicado no Jornal Gazeta do Povo de Curitiba – PR

http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/hospitais-filantropicos-precisam-investir-em-gestao-diz-especialista-5gqbsa8x4k6tabbsasiwre6sw

Redução de custos "Lean" e "Não Lean"

Por Simone Espindola de Oliveira
De que jeito sua empresa realiza ações de redução de custos?
Nenhum assunto é mais atual e necessário dentro do ambiente corporativo do que o tema “redução de custos”.
Para as empresas que competem no mercado através de uma estratégia de custos baixos, nada é mais evidente e imprescindível do que este assunto.
No entanto, trabalhar em ações de redução de custos de maneira planejada, orçada, calculando-se os impactos de cada projeto de melhoria nos custos dos produtos e nos resultados globais da empresa é ainda atitude inerente a poucas empresas.
A pró-atividade ainda não faz parte da rotina do dia a dia de muitas empresas. Na realidade, nestas empresas, qualquer ação é tomada apenas quando o ponteiro “resultado” aponta para o vermelho. Neste caso, não adianta reduzir mais nada, os competidores já o fizeram primeiro.
Seria como tentar curar a obesidade mórbida correndo uma maratona. O cidadão deveria ter começado a correr antes de engordar.
Custo é gordura. É impossível uma empresa ser financeiramente saudável e competitiva com o colesterol nas alturas.
O mercado cada vez mais pressiona os preços para baixo e, ao mesmo tempo exige qualidade nos produtos fornecidos.
Em outras palavras, produtos ou serviços, de um modo geral, se aproximam de cada vez mais de uma espécie de commodities do setor secundário ou terciário, com margens unitárias apertadas, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores/prestadores de serviços (competidores) e, em regra, com um nível de qualidade praticamente uniforme.
Existem empresas que, por exemplo, assinam contrato para fornecer produtos para um determinado cliente já prevendo uma redução de preço para os próximos meses.
Neste caso, obviamente, a empresa só tem uma saída: Ou reduz custo de maneira planejada ou desiste! Baixar a qualidade da matéria-prima (custo variável), nestes casos, é praticamente impossível uma vez que o cliente também já coloca no contrato as especificações do produto com todas as suas exigências em relação a matéria-prima dos produtos encomendados.
Logo, se posicionar como competidor em custos e não utilizar ferramentas e algoritmos adequados para medir, rastrear e reduzir estes custos, faz com que este tipo de “competidor” fique em uma posição de extrema fragilidade perante a concorrência que certamente trabalha no seu dia a dia buscando formas de melhorar seus custos e se tornar mais competitiva.
Existem, basicamente, dois tipos de redução de custos:
1. Redução de custos “Não Lean”:
É aquela redução que o cliente percebe, ou seja, aquela que impacta na qualidade, na funcionalidade do produto.
Ela não reduz o colesterol da empresa, ao contrário, tenta emagrecer fazendo com que o cliente corra por ela, ou melhor, pague por sua ineficiência.
Por ex.: Reduzir o número de metros do rolo do papel higiênico, reduzir o tamanho do pacote de biscoito, diminuir a quantidade de refrigerante da garrafinha, reduzir o comprimento da camiseta ou piorar a qualidade do produto.
Qualquer pessoa com mais de 15 anos consegue elencar uma série de produtos que pioraram a qualidade da matéria prima do produto ou a quantidade unitária da embalagem ao longo do tempo.
Este tipo de redução de custo é normalmente feita somente em cima do custo variável, ou melhor, focando apenas no custo de matéria-prima.
Há ainda casos piores como as empresas que ainda acreditam que reduzir custos reside no corte do cafezinho, na demissão da secretária ou na baixa qualidade do refeitório.
2. Redução de custos “inteligente” ou redução de custos “Lean”:
É a aquela redução que o cliente não percebe. Por ex.: Se a empresa eliminar um desperdício da fábrica, reduzir estoques intermediários, eliminar transportes internos, operações que não agregam valor, melhorar processos de fabricação, substituir maquinas obsoletas por mais modernas, o cliente não percebe a melhoria e a empresa melhora a produtividade e seus custos.O conhecimento das margens unitárias para a construção de estratégias de vendas mais lucrativas também é condição sine qua non de sobrevivência. 
Para simular quais os projetos que dão mais retorno em termos de redução de custos, somente utilizando uma ferramenta especializada para esta finalidade.
No entanto, a empresa não pode se fixar apenas nas operações que não agregam valor ou nos desperdícios. As vezes melhorar a produtividade de uma operação/atividade que agrega valor pode trazer muito mais retorno para a empresa do que dedicar esforço e dinheiro na eliminação de um desperdício.
Obviamente, não podemos trabalhar com a ideia de formação de preços de vendas, pois quem faz o preço é o mercado, principalmente para os competidores de estratégia de custos.
O mercado cada vez mais pressiona os preços para baixo e exige qualidade no produto fornecido. Existem casos de empresas que assinam contrato de fornecimento de peças já prevendo uma redução de preço para os próximos meses. Redução de preço e não redução de custo!
Em outras palavras, eles exigem a redução de preço, mas a empresa que se vire com a redução de custo para que não perca dinheiro. Ou opte por perder o cliente.
Portanto, fazer uso de um modelo matemático para reduzir custos é fundamental.
Logo, devemos partir de um preço de mercado ou preço estratégico, deduzir a margem desejada e trabalhar com a ideia de custo alvo ou “target costing”.
A rentabilidade unitária dos produtos, que depende diretamente dos custos unitários, é informação vital para a elaboração de uma boa estratégia de vendas e na elaboração de um portfólio de produtos mais lucrativo.
Em resumo:
O lucro de uma empresa depende do resultado das vendas que depende das rentabilidades unitárias dos produtos e que, finalmente, dependem dos custos unitários destes mesmos produtos.
Matemática básica.
 Um bom sistema gerencial de custos deve fornecer aos seus usuários no mínimo:
- Precisão: Abandonar médias, rateios e critérios duvidosos de distribuição;
- Capacidade de rastreamento das oportunidades de redução de custos, melhoria nos processos de fabricação e administrativos, identificação e mensuração dos impactos dos desperdícios nos custos dos produtos;
- Simular cenários futuros: um bom sistema gerencial não pode ser limitado aos custos ocorridos no passado. Ele deve prover o usuário de um ambiente de simulação capaz de modelar matematicamente o futuro considerando variáveis como: dissídios salariais, produtos em fase de p&d, mix produtivo, processos alternativos, substituição de equipamentos, projetos kaizen etc.
- Confiabilidade. A pergunta que fica é: Você confia nos seus números de custos?
- Métricas importantes e confiáveis para que a área de vendas monte estratégias mais lucrativas no curto e longo prazo tendo em vista que a missão da área de vendas não é vender. É trazer resultados para a empresa!
- Subsídios fundamentais à área de vendas consolidando estratégias vencedoras e um portfólio lucrativo.

Texto originalmente publicado em https://www.linkedin.com/pulse/redu%C3%A7%C3%A3o-de-custos-lean-e-n%C3%A3o-simone-espindola-de-oliveira?trk=hb_ntf_MEGAPHONE_ARTICLE_POST