quarta-feira, 30 de maio de 2012

Problemas com hotelaria ocupam tempo de enfermeiros

Pesquisa do Albert Einstein aponta que profissionais de enfermagem dedicam-se 30% do tempo para resolver problemas de hotelaria e, muitas vezes, deixam de realizar atividades inerentes a seu departamento

Por Cínthya Dávila de saudeweb.com.br

Um estudo realizado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital Albert Einstein, realizada com hospitais brasileiros, constatou que as alas de enfermagem dedicam 30% do seu tempo em solucionar problemas ligados à hotelaria hospitalar.

De acordo com o coordenador e professor do curso de pós-graduação de “Gestão da Hotelaria Hospitalar” pelo IEP, do Hospital Albert Einstein, Marcelo Boeger, esses resultados foram encontrados em instituições de saúde que não possuem uma estrutura de hotelaria hospitalar bem fundamentada.

“Existem hospitais que possuem o sistema de hotelaria abarcados em outros departamentos, da mesma forma há também os que realizam de forma pulverizada. E, quando é feito de forma pulverizada, muitas vezes, a resolução destes problemas acaba ficando por conta do departamento de enfermagem”.

Boeger conta que, da mesma forma que os profissionais de enfermagem se dedicam em resolver problemas ligados à hotelaria hospitalar, foi observado que atividades que são inerentes ao departamento de enfermagem não estavam sendo realizadas. Isso estava resultando em queda de pacientes, erros na administração do medicamento, infecção do trato urinário, entre outras dinâmicas relacionadas ao ofício.

O professor fala que é preciso que os hospitais olhem para essas questões, pois problemas como esses podem comprometer a satisfação do paciente com o atendimento realizado na instituição.

Hospitalidade
Mais do que um conceito de hotelaria, para Boeger, a hospitalidade está ligada a questões de atitude e, não, limita-se a serviços de apoio. “Os serviços de apoio devem atender bem os seus clientes, mas a hospitalidade ultrapassa os limites e as classificações que um organograma impõe”.

O executivo destaca que a hospitalidade tem mais a ver com o nível de importância que a recepcionista irá demonstrar aos pacientes às duas da manhã. E ressalta que os colaboradores do hospital devem ter noção da importância das funções que desempenham, pois a todo o momento, eles são considerados cartões de visita dos hospitais.

Momentos
O acadêmico explica que a experiência do paciente dentro do hospital pode ser dividida em quatro momentos diferentes:
1º – Momento que acontece antes de chegar ao hospital, quando o paciente compra o plano de saúde, decide fazer uma consulta ou uma pré-internação.
2º Quando ele chega ao hospital até a hora que ele entra no centro cirúrgico ou apartamento. “Ocorre uma mudança no estado de espírito do indivíduo e é preciso que a instituição contribua para que a pessoa se sinta confortável e acolhida”.
3º Considerado por Boeger um dos grandes nós, é quando o paciente está internado assistindo ao abastecimento e à retirada dos materiais relacionado à hospedagem do paciente.
4º Da alta física até a hora que a pessoa sai do hospital.
“São situações distintas passíveis de frustração, por isso todos os processos devem ser mapeados”, explica Boeger.

Questionamentos
Segundo Boeger os gestores de saúde já sabem as respostas e a maneira como os problemas devem ser conduzidos. No entanto, existem algumas questões que cada um deve refletir se é realizada dentro da sua instituição:
- Existe prazo para agendamento cirúrgico?
- Há um bate mapa com o mapa de leitos?
- O cadastro do cliente está completo?
- O pedido médico de materiais é simultâneo ao agendamento?
- Existe prazo para a autorização de materiais especiais?

“Questões como essas não têm a ver com hotelaria hospitalar, mas atrasam os processos. As pessoas, muitas vezes, não deixam de ser atendidas por falta de leitos, mas por ausência de uma gestão sistêmica”.
Ele finaliza ao dizer que mais do que um agregador de qualidade assistencial, tempo é vantagem competitiva dentro das instituições e, por isso, deve ser valorizado.

Texto originalmente publicado em http://saudeweb.com.br/30079/veja-quais-sao-os-principais-erros-de-hotelaria-dentro-dos-hospitais/?utm_campaign=twitter&utm_medium=twitter&utm_source=twitter

segunda-feira, 21 de maio de 2012

9 motivos para ter acreditação hospitalar

Pesquisa mostra as principais razões que motivam os hospitais a entrarem em um processo de certificação. Segurança eficiência no tratamento com pacientes estão entre os maiores incentivos

Uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos em Gestão em Gestão de Serviços de Saúde denominada Panorama da Acreditação Hospitalar no Brasil denominou os principais motivos que levam os hospitais brasileiros a participarem de um processo de acreditação.
De acordo com o estudo, a partir da literatura e das entrevistas realizadas com os gestores dos hospitais, pode-se concluir que existem dez grandes motivadores deste processo.
Veja a seguir:

  • Aumentar a segurança do paciente
  • Aumentar a eficiência no atendimento ao paciente
  • Estimular a cultura da qualidade na organização
  • Avaliar objetivamente o desempenho do hospital
  • Aumentar a integração entre os setores do hospital
  • Desenvolver a cultura da mensuração no hospital
  • Aumentar a segurança dos funcionários no trabalho
  • Alcançar a padronização dos processos
  • Aumentar a satisfação dos pacientes

Texto originalmente publicado em saudeweb.com.br.
http://paper.li/danielncmartins/1314796176

terça-feira, 15 de maio de 2012

6 ideias de TI em saúde que irão mudar a medicina em 2012

Inteligência Artificial - I.A., Big Data, Impressão 3D, Redes Sociais são algumas tecnologias que irão revolucionar o segmento
Por  Josh Constine Tech Crunch – saudeweb.com.br
“No futuro, talvez em vez de prescrevermos remédios, prescreveremos apps”, afirmou o diretor executivo da FutureMed da Singularity University, Daniel Kraft, ao discutir as grandes tendências em tecnologia de saúde. Kraft acredita que ao analisar as tendências é possível adquirir a habilidade de reinventar a medicina e construir importantes modelos de negócio. “Vamos analisar como I.A. (Artificial Intelligence), big data, impressão 3D, redes sociais de saúde e outros novas tecnologias ajudarão com um melhor cuidado médico”
Inteligência Artificial
Kraft conta que o Siri da Apple e o Watson da IBM estão começando a ser aplicados em questões médicas. Eles ajudam com apoio ao diagnóstico e decisões médicas tanto para pacientes quanto para médicos. Por meio da nuvem, qualquer dispositivo poderá acessar o IA.
Por exemplo, um aparelho de Raio X na África poderia mandar as imagens por meio da nuvem onde um IA médico poderia analisá-lo. Exames de Papanicolau e mamografias já têm alguns aspectos lidos por meio de padrões de reconhecimento ou elementos IA.
A IA tem o potencial de ajudar alguns campos da medicina, como a dermatologia, que é um campo com base em padrões. Logo, os médicos clínicos irão mandar fotos para a nuvem, elas então serão analisadas por um IA e determinar “isso parece com um melanoma perigoso” ou “é normal”. Isso poderia fazer com que a procura por dermatologistas diminuísse.
Por outro lado, há também apps para consumidores como o Skin Scan, onde por US$5 é possível tirar a foto de uma lesão e enviá-la para a nuvem, então é possível saber se ela é perigosa ou não. Se for perigoso, ele te ajuda a achar um médico na vizinhança, o que pode ajudar os dermatologistas a conseguirem mais pacientes. Muitos campos irão mudar por causa da inteligência artificial, padrões de reconhecimento e testes mais baratos.
Big Data
De acordo com Kraft, é possível conseguir mais e mais dados a preços mais baixos. O exemplo disso é o genoma humano e o seu sequenciamento. Custava um bilhão de dólares ou mais há 10 anos. Entretanto, esse preço caiu rápido após a lei Moore chegando a custar menos de US$ 5.000 quando pedido online.
Talvez 10.000 pacientes tenham sido sequenciados no ano passado. Nesse ano, pode ser 100.000 e logo um milhão. A sequência de genoma poderia ter o custo de um exame de sangue.
Ele diz que o desafio aqui é fazer com que os dados façam sentido e as informações levem à ação sem que oprima o paciente ou o médico.
“Acho que precisamos fazer planilhas como as dos pilotos de caça. Os dados seriam medidos por meio de sensores onipresentes, como os feitos pela GreenGoose e Microsoft Kinect, que pode medir a atividade pela casa. Seria como ter dicas de que algo não estava indo bem, e que é melhor buscar ajuda ou então te guiar para a terapia apropriada”.
Impressão 3D
A impressão 3D está no mercado já há um tempo, mas é aplicada na medicina como por exemplo escanear o restante da perna de um paciente que a teve amputada. É possível então construir uma prótese com o tamanho correspondente. A impressão 3D é a integração com o rápido desenvolvimento das células tronco e medicina regenerativa, com a tinta 3D sendo substituída por células tronco. No futuro, é provável que usemos impressão 3D e células tronco para formarmos arquivos e peças de reposição. Essa atividade vai começar com tecidos simples e eventualmente vamos imprimir órgãos.
Rede Social de Saúde
As redes sociais têm a habilidade de mudar nosso comportamento. Quando sua escala de peso é compartilhada com seus amigos, você recebe congratulações pelo sucesso e pressão, se não se manter na dieta. Redes sociais também podem ter grande poder no rastreio e previsão de doenças. James Fowler, coautor do livro Connected, agora trabalha com o Facebook para analisar dados de saúde. Não é de surpreender que quanto mais amigos você tenha, mais cedo pega a gripe na época de contágio. Esse recurso pode ajudar a prevenir que você pegue a gripe e os passos para evitá-la.
Na era do Facebook, com as pessoas mais abertas ao compartilhamento de informações de saúde, seus históricos serão compartilhados por meio de serviços como o Patients Like Me e Cure Together , por pacientes com problemas similares. Isso permitirá a melhoria nos testes clínicos.
Comunicação com médicos
Novas plataformas de comunicação similares ao Skype e FaceTime irão ajudar com a comunicação entre médicos e pacientes. Muito desse recurso já existe. O desafio geralmente não é a tecnologia em si, mas os mercados de regulamentação e de reembolso. Se houver conversa com um médico por meio do iPhone, é preciso que seja protegida pelo HIPAA. Os médicos também terão que ser pagos de alguma maneira. Não atenderão sua chamada para tratar de um soluço ou olhar fotos de alergias a menos que recebam por isso.
As regras do sistema precisam se adaptar para se tornar Accountable Care Organizations, que recompensam médicos e planos de saúde par manter os pacientes saudáveis em vez de pagar a mais por procedimentos extras realizados.
Mobilidade
A capacidade de ter o telefone conectado ao registro de saúde e acompanhar as métricas médicas terá vastas repercussões. Embora alguns não sejam liberados para venda nos Estados Unidos, dispositivos como o eletrocardiograma Alivecor podem monitorar seu coração em tempo real, enviar os dados para a nuvem e permitir que seu cardiologista os analise instantaneamente. Outros dispositivos transformam telefones em otoscópio, para examinar seu ouvido ou medidores de glicose.
Autodispositivos como o Fitbit, Jawbone UP, e outros, permitirão que terapias sejam mais eficazes do que levar os dados anotados em um pedaço de papel.
Eventualmente esses dispositivos irão realizar o equivalente ao tricorder da Star Trek que desempenha uma série de funções médicas. Aliás, há um XPrize no valor de US$10 milhões proposto para recompensar o inventor no primeiro tricorder funcional.
Infelizmente, as regras do sistema e o desinteresse dos Estados Unidos está afastando a inovação. Muito do trabalho com uso de telefones móveis na área de saúde está sendo feito na África e Índia. Os Estados Unidos precisa encontrar uma maneira de resolver seus problemas de regulamentação, caso contrário, o emprego e a renda destinada a esses recursos irão para o exterior.
Texto originalmente publicado em http://saudeweb.com.br/26879/6-ideias-de-tecnologia-da-area-de-saude-que-irao-mudar-a-medicina-em-2012/

Economia do comportamento reduz gastos com doenças crônicas

Pesquisa da Ernst & Young mostra que as empresas que focarem sua atenção em adquirir conhecimento sobre o que motiva o comportamento dos indivíduos poderão obter melhor posicionamento no mercado
Por Cínthya Dávila – saudeweb.com.br
Mais do que pensar em como alavancar as receitas, as empresas e instituições de saúde vão precisar focar sua atuação nos pacientes. É o que informa um estudo realizado pela Ernst & Young. Com o nome de Progressions – The third place: healthcare everywhere, o estudo mostra que para manter a sustentabilidade do sistema será necessário gerar mudanças de comportamento nos consumidores.
De acordo com o CEO global da área de Life Sciences da Ernest & Young, Glen Giovannetti, com as doenças crônicas representando 75% de todos os gastos de saúde em países desenvolvidos, pensar em maneiras de reduzir os custos vem se tornando cada vez mais necessário.
“Não há mais como financiar gastos excessivos com saúde. As empresas e os governos não possuem capital para custear estes serviços”.
O executivo conta que as instituições e empresas de saúde devem incentivar essa realidade, porque a adoção de um estilo de vida cada vez mais saudável pode reduzir significativamente os gastos das seguradoras, especialmente no tratamento de doenças crônicas.
Entendendo o paciente
Para Giovanetti, as empresas que focarem sua atenção em adquirir conhecimento sobre o que motiva o comportamento dos indivíduos e aplicar essa informação na produção de modelos de negócios direcionados aos pacientes poderão obter melhor posicionamento no mercado.
A pesquisa mostra que para que seja possível entender e modificar o comportamento do paciente, as companhias terão que focar em obter mais conhecimento no campo da economia comportamental. “O desenvolvimento de produtos e serviços com as características que sejam mais relevantes à vida dos indivíduos, focando na experiência do consumidor. Como a criação de informações, ao invés de apenas vender remédios e produtos”.
Em consonância com o direcionamento dos negócios também nos pacientes, a pesquisa mostra que as novas tecnologias, como aplicativos, smartphones, mídias sociais, sensores e monitores vão permitir que os indivíduos tenham mais controle sobre as informações de sua saúde.
O presidente da Ernest Young no Brasil, Frank De Meijer, explica que essas inovações no campo da tecnologia estão gerando o que o relatório descreve como o “terceiro local” em healthcare. “Isso representa uma mudança do epicentro dos sistemas hospitalares, que sempre estiveram localizados nos hospitais e consultórios para qualquer localidade”.
 De Meijer acredita que essas mudanças podem trazer mais sustentabilidade ao setor. Mas ressalta que também podem diminuir o potencial competitivo das empresas que não se adaptarem a essa realidade.
Ferramentas
Giovanetti conta que, nos Estados Unidos, 50% dos pacientes não seguem as recomendações dos médicos. “Isso é um dos principais motivos que faz com que as pessoas tenham que retornar aos hospitais e consultórios para reiniciarem os tratamentos”.
De acordo com ele, se os pacientes entenderem mais sobre sua saúde, bem como o preço desse investimento para o setor e tiverem um relacionamento mais próximo com médicos poderão obter mais eficiência nos tratamentos.  
As mídias sociais também possuem alta representatividade neste processo. De Meijer conta que se baseando nos aumentos de mídias sociais especializadas em saúde é possível identificar os padrões de doenças existentes entre as populações, criando assim iniciativas de promoção e prevenção de saúde, juntamente com tópicos de discussão.
Para De Meijer uma forte tendência para o futuro é a consolidação da “gamification”, a utilização de jogos eletrônicos utilizados para a promoção de bons hábitos, como dieta, controle de peso e adesão à medicação.
“Empresas têm desenvolvido programas combinando o uso de jogos, mídias sociais, e tecnologias para atender, por exemplo, as empresas que buscam motivas seus funcionários a adotarem hábitos saudáveis”.
Resultados
Os executivos afirmam que as companhias podem aumentar a aderência, fidelizar os clientes as suas marcas e fazer uso da economia do comportamento para entender o que motiva os pacientes.
Eles citam um estudo realizado pela Universidade da Pensilvânia, que usou mecanismos baseados em loterias e economia do comportamento para diminuir a adesão dos pacientes ao medicamento Warfina, (utilizado na prevenção de trombose). E conseguiram diminuir o índice de 36% para 4%.
“Entender as motivações dos pacientes pode permitir que as companhias criem ofertas personalizadas”, afirma Giovanetti
Ele finaliza ao dizer que esse caminho ainda está no começo, seja no Brasil ou em qualquer outra parte do mundo. “Até agora poucas entidades têm conseguido colocar isso em prática”.
Texto originalmente publicado em http://saudeweb.com.br/29720/focar-so-em-negocios-nao-adianta-deve-se-prestar-atencao-nos-pacientes/?utm_campaign=twitter&utm_medium=twitter&utm_source=twitter

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O que está acontecendo com a profissão de contador?

Por Jaime Gil Bernardes

Dois aspectos me chamam a atenção em relação a profissão contábil: a falta de valorização profissional e a falta de qualificação dos profissionais. É uma falácia, mas é o que está acontecendo.
Se por um lado, a contabilidade tem se mostrado cada vez mais como um setor estratégico dentro de uma organização, com informações confiáveis e cada vez mais rapidamente atualizadas, sendo um verdadeiro sistema de informações (os ERPs migram toda a sua gama de informações para a contabilidade), temos do outro lado profissionais que insistem em permanecer escondidos atrás da coluna, não se atualizando, não mostrando para o que vieram.
Claro que existem muitos bons profissionais, muitos com excelente formação e sempre interessados em se atualizar, capacitados para discutir os assuntos estratégicos da empresa em um nível altíssimo e sendo bem remunerados para isso. Felizmente este profissionais elevam o conceito da profissão contábil.
Mas, nos últimos meses tive a oportunidade de fazer auditoria contábil em algumas empresas e percebi que alguns contadores não se atualizaram devidamente, principalmente no que se refere a convergência à contabilidade internacional, ao IFRS e toda a nova legislação que desencadeou a partir de 2008. Incrível saber que muitos profissionais nem leram nada a respeito, não freqüentaram cursos e que apenas “ouviram falar”, deixando este assunto para depois. Mais incrível, ainda, ver contadores que não tem familiaridade com a informática, com e-mails, com relatórios gerenciais, com planilhas eletrônicas, contando com um assistente contábil para lhe auxiliar nestas tarefas que deveriam ser básicas. Estes mesmos contadores são aqueles que ficam reclamando que as empresas não os valorizam.
De quem é a culpa pela falta de valorização: do empresário que não quer desembolsar um salário (ou honorário) adequado, acreditando que a contabilidade é “apenas um custo”, ou do profissional que quer continuar a fazer apenas a sua contabilidade tributária, esquecendo a real missão que a contabilidade tem dentro da organização que é registrar tudo o que acontece e construir relatórios societários, devolvendo ao empresário uma informação de qualidade.
Somado a isso, ainda faltam cursos de especialização, de mestrado e de doutorado em Ciências Contábeis. Faltam mestres e doutores em Ciências Contábeis. Faltam cursos específicos em nível acadêmico visando o aprimoramento da profissão contábil, que poderia desencadear uma revolução na maneira como as organizações enxergam o setor de contabilidade. Falta que as universidades ensinem não apenas o básico, mas que mostre aos futuros profissionais a importância da profissão para o desenvolvimento da Nação.
Acredito que ainda falta um canal de comunicação entre as organizações e o seu próprio setor contábil. Esta falta de comunicação se dá porque os empresários não possuem uma base contábil consistente (sou a favor dos cursos do tipo “contabilidade para não contadores” para difundir este conhecimento) e não sabem utilizar esta ferramenta, aliado ao estigma que muitos contadores possuem de que são apenas custo na empresa, ficando com medo de se expor, não aparecendo para dar sua opinião, não efetivamente contribuído com a estratégia organizacional com suas informações e análises.
Outro aspecto da valorização profissional que me surge é a concorrência por valor de honorários ou por salário. A competição está trazendo os valores para baixo em um momento justamente em que temos que nos valorizar, pois o mercado está mudando e temos que mudar esta forma de negociação. Faltam bons profissionais e estes bons profissionais tem que serem reconhecidos pelo conhecimento.
Este é o momento de aprender tudo de novo no que refere a Ciências Contábeis. Não só no aspecto da nova legislação contábil, mas como os contadores se portam, como negociam seus honorários, qual a resposta que dão para as empresas. Está na hora de mostram para o que viemos, de participar estrategicamente das empresas, mostrar o que elas tem de bom e de ruim e utilizar a informação para impulsionar as empresas. Só assim os contadores terão condições de serem reconhecidos e valorizados.