Por saudeweb.com
Segundo o superintendente do Sírio, Gonzalo Vecina, financiamento, relação com a indústria, separação entre público e privado, gestão administrativa e clínica são desafios
"Temos que integrar o público e o privado. Não dá para continuar sendo assim, do lado de cá a medicina supletiva e do lado de cá, o SUS
Ex-secretário de Saúde de São Paulo e atual superintendente do Hospital Sírio Libanês, Gonzalo Vecina, é um dos mais assíduos pensadores do sistema de saúde brasileiro. Nesta última segunda-feira, Vecina elencou os principais problemas estruturais da saúde, que precisam ser debatidos e solucionados em prol da sustentabilidade do setor.
São eles:
1) Financiamento. A saúde representa 8% do PIB brasileiro, sendo que 4,5% são provenientes do setor privado e os 3,5% restantes do público. O sistema de saúde privado gasta, em média, R$ 60 bilhões, aproximadamente 1.100 per capita por ano. Já o setor público consome R$ 100 bilhões, R$ 700 per capita. “Isso é uma distorção”, ressalta Vecina.
2) Falta gestão administrativa
3) Falta gestão clínica, incluindo ações de promoção e prevenção de diagnóstico. Um problema, por exemplo, enfrentado pelo Sírio refere-se à adoção de prontuário eletrônico pelos médicos. “Para o profissional fazer a prescrição online, é preciso abrir uma série de janelas e campos a serem preenchidos para cada droga. Isso leva tempo e o médico geralmente não está disposto”, compartilha o executivo.
4) Separação entre público e privado
5) Indústria como vilã. De acordo com Vecina, diferente da realidade atual, a indústria deve ser encarada como fator de geração de valor. “Ela gera emprego, exportação e aumenta a capacidade produtiva”, diz o superintendente.
5) Indústria como vilã. De acordo com Vecina, diferente da realidade atual, a indústria deve ser encarada como fator de geração de valor. “Ela gera emprego, exportação e aumenta a capacidade produtiva”, diz o superintendente.
Sírio-Libanês contrata transcritor para preencher prontuário eletrônico
Médicos são resistentes às prescrições digitais devido à lentidão do sistema, conta o superintendente do Hospital, Gonzalo Vecina
A gestão hospitalar é, talvez, uma das mais complexas a serem executadas. O Hospital é a única “empresa” que funciona durante sete dias da semana, 24 horas por dia, que conta com uma das mais vastas gamas de profissionais – mais de 14 da área da saúde – entre engenheiros, administradores, de recursos humanos, entre outros; além de ter de conciliar os interesses econômicos com as necessidades vitais da população.
http://saudeweb.com.br/26421/sirio-libanes-contrata-transcritor-para-preencher-prontuario-eletronico/?utm_campaign=twitter&utm_medium=twitter&utm_source=twitterSegundo o superintendente do Hospital Sírio Libanês, a gestão clínica e administrativa está entre os principais gargalos do setor. Devido à alta complexidade, os softwares hospitalares ainda têm muito que evoluir, segundo Vecina. “Falta demenda por eficiência”, afirma Vecina.
O preenchimento das prescrições eletrônicas no Sírio Libanês, por exemplo, encontra resistência por parte dos médicos. Para cada droga a ser prescrita, o médico precisa abrir uma série de janelas e preencher vários campos. “Isso leva uns vinte minutos e os médicos não querem fazer isso. Por isso contratamos uma pessoa só para digitalizar as prescrições, o transcritor”, conta Vecina.
Depois, o trabalho do transcritor passa pela validação das áreas farmacêuticas e enfermagem.