sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Treinar líderes para serem líderes

Por Jaime Gil Bernardes
As organizações, de uma maneira geral, acreditam que os treinamentos de motivação, humanização, trabalhos em equipe, comunicação, etc, trazem benefícios a curto prazo. Não conheço as estatísticas a respeitos dos efeitos que este treinamentos produzem no resultado das empresas, mas sinto que os efeitos não são necessariamente os esperados.
O que vejo é que muitos destes treinamentos, palestras, seminários, etc, são muito bonitos, agradáveis, cativantes, mas que não produzem o efeito suficiente para ter-se passado uma tarde a volta de um palestrante. No dia seguinte, os participantes nem sempre se lembram dos conceitos básicos explanados ou na semana seguinte nem estão tão motivados como nos primeiros dias.
Ao invés de desperdiçar esforços nestes treinamentos genéricos, o que as organizações precisam fazer é que seus líderes sejam transformados em agentes de motivação, de humanização, de congregar equipes, de fazer a comunicação fluir. Tem que fazer com seus líderes sejam os facilitadores da inovação e da criatividade. Tem que fazer com que seus líderes realmente passem a liderar e não apenas sejam apagadores de incêndios. Tem que fazer com que seus líderes sejam pessoas que previnam e acabam com os incêndios antes deles acontecerem.
Nos dias de hoje está havendo uma crise de liderança nas organizações, onde o dia-a-dia não permite que haja um pensar “em como” ser um líder melhor, mas apenas executar, face a dinâmica dos negócios. Nisso, as organizações (e as pessoas) perdem muitos esforços deixando de aproveitar as benesses que um verdadeiro líder proporcionaria.
Mas como mudar isso? Treinando os líderes para serem líderes.
Não aqueles treinamentos tradicionais, onde a definição e os modelos de liderança são os assuntos mais importantes. Estou falando de workshops, simulações, ferramentas de resolução de conflitos, relações humanas, análise de currículos, análise de competências e outras coisas que deveriam fazer parte do dia a dia de um líder.
Ou seja: treinar os líderes para liderar. Simples assim.
Infelizmente não é isso que acontece, pois temos excessos de chefes e poucos líderes. Temos poucas pessoas capazes de fazer com que a equipe trabalhe com sinergia, com comprometimento, com qualidade.
Liderar é levar pessoas a trabalharem buscando objetivos definidos e de uma forma em que os liderados se sintam motivados a buscar estes objetivos.
Importante destacar que os líderes preparam as organizações para a mudança e ajudam-na a prepará-la a enfrentá-la.
Esta formação do perfil do líder nos permite concluir, que liderança pode ser desenvolvida, pois a partir da determinação dos enfoques vencedores, uma pessoa que possui poder dentro de uma organização pode se transformar em um líder, ou ainda, pode emergir um líder, mesmo sem o poder formal. Ou seja, conhecendo-se a estratégia certa, um líder pode ser formado.
Temos que refletir sobre como estamos agindo nas organizações e o que estamos fazendo com os conceitos de liderança. Comentamos em nosso dia-a-dia que o “chefe” tradicional está em extinção, dando lugar ao líder. Mas analisando as abordagens, percebemos que existem muitos “gerentes” (chefes tradicionais) no lugar de onde deveriam estarem postados líderes. Percebemos que a técnica ainda é latente. Percebemos que o “saber” (conhecimento) e o “saber-fazer” (habilidade) ainda é mais exigido do que o “saber-ser” (atitude).
As organizações necessitam de líderes excelentes (assim classificados por Jim Collins) que são líderes modestos, mas determinados; humildes, mas corajosos. 

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