Por Genésio Korbes
Consultoria? Contratar para quê? Eu sei o que preciso fazer e não preciso de estranhos para dar palpites na minha empresa. Aliás, por aqui os negócios vão muito bem, obrigado! Por falar em palpite, segundo o senso comum, consultor é todo aquele que diz o que você já sabe e, ainda por cima, cobra um bom dinheiro por isso. Mas, por que sua empresa está com tantos problemas?
Se você está entre as pessoas que ainda pensam dessa forma, tome muito cuidado. Talvez a sua empresa esteja na lista das que poderão desaparecer nos próximos anos. Ninguém é dono da verdade, nem mesmo você, presidente ou administrador. Portanto, vale muito mais a pena contratar um profissional que, junto com você, indique os melhores caminhos e, muitas vezes, descubra atalhos importantes que aumentem sensivelmente os resultados de sua organização.
Contratar uma consultoria não é garantia de resultados. Consultoria nunca foi, não é e não será um trabalho que se faz num passe de mágica. Contar com uma consultoria é ter a seu lado um profissional discutindo, questionando e pensando no que fazer, como fazer melhor e por que fazer. A mudança só acontece quando você estiver disposto a abraçá-la e só se dá de dentro para fora.
O papel do consultor consiste em orientar, mostrar o caminho e visualizar novas maneiras de decidir e gerir seu negócio.
De acordo com a definição da Wilcipéclia, consultoria é a atividade profissional de diagnóstico e formulação de soluções acerca de um assunto ou especialidade. Consultoria vem da origem das relações humanas e parte da reflexão para uma melhor resposta a questionamentos ou situações específicas. No contexto atual, consultoria é um serviço de orientação e apoio a qualquer gestor para facilitar a tomada de decisões estratégicas que causem impacto positivo nos resultados.
Dias atrás, uma colega me disse: "Deveríamos mudar o nome de consultor para mentor". Na hora, não prestei muita atenção, mas aquela manifestação ficou em minha mente, intrigou-me e levou-me a refletir e estudar o tema mais a fundo.
Confesso que, na medida em que me aprofundei nas minhas consultas acerca do assunto, passei a concordar integralmente com ela a partir do significado da palavra mentor: uma pessoa que guia, ensina ou aconselha outra em seu aprendizado.
Não completamente satisfeito, aprofundei a pesquisa abrangendo as maiores empresas brasileiras e todas elas, sem exceção, tinham o seu mentor, ou até mesmo um grupo de mentores.
A triste constatação veio depois: quantos gestores de hospitais brasileiros têm seu mentor? Não tenho a resposta, mas me atrevo a pensar que, dos 6.500 hospitais do País, talvez 5% sejam geridos profissionalmente com foco empresarial e, destes, pode ser que a metade tenha uma consultoria atuante no propósito de ajudá-los. Qual a representatividade deste número? Nenhuma. Será que aquelas empresas de sucesso estão fora do compasso? Certamente que não.
Dito isso, outra pergunta me incomoda. Por que praticamente todas as grandes empresas de sucesso trabalham com consultorias? Qual a relação de causa e efeito nessa constatação? Penso que, por atuarem com pessoas isentas e não envolvidas com os detalhes do negócio, essas empresas aproveitam muito melhor as oportunidades que o mercado lhes oferece.
Como em qualquer empreendimento, você não pode ser bom em tudo. Em muitas situações, você tem diferentes opções. Qual a decisão correta? É neste momento que entra em cena o profissional imparcial e neutro para ajudar, opinar e mostrar rotas alternativas. Afinal, não é nenhum demérito não saber de pronto o melhor caminho. Certamente você já teve ao menos uma experiência em que a melhor resposta ou alternativa foi apontada por alguém "estranho".
Na minha experiência profissional como executivo, aprendi muito com consultores. Hoje, atuando também como consultor, aprendo muito mais com gestores e é nessa troca de informações e conversas que muitas decisões de peso são tomadas — e acertadas. E você, o que está esperando? Chame um consultor para apoiá-lo e ajudá-lo a melhorar seus resultados.
GENÉSIO KORBES é Sócio-diretor da Korbes Consulting e diretor-associado da Antares NP Consulting
Texto originalmente publicado na Revista FH nº 189 de Julho de 2011
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