quinta-feira, 30 de junho de 2011

Produção Bibliográfica - Trabalhos publicados em eventos e revistas

Estes são os liks para os artigos científicos que publiquei em eventos ou revistas especializadas, nos quais fui autor ou co-autor.


Atendimento pelo SUS: Realidades de um Hospital Filantrópico. [Caso de Ensino]. 
Autores: BERNARDES, J.G., ALBA, G.
Local da Publicação: Revista Brasileira de Casos de Ensino em Administração, Vol. 1, No 1: janeiro-junho 2011 ISSN 2179-135X. 
Link: http://www.fgv.br/gvcasos/

Avaliação de Custos Na Gestão Ambiental em Um Hospital de Médio Porte: Um Estudo de Caso. 
Autores: BERNARDES, J.G.; GASPARIN, F.M.; CAMARGO, M.E.; ROCHA, J.M. 
Local da Publicação: XII ENGEMA – Encontro Internacional Sobre a Gestão Empresarial e Meio Ambiente. São Paulo – SP. 2010. 
link: http://www.engema.org.br/Resultados/artigos102010/9.pdf

Relacionamento Entre Certificações de Qualidade e Valor Percebido: Estudo de Caso em Um Hospital de Médio Porte
Autores: BERNARDES, J.G.; CASTILHOS, J.T.; BARCELLOS, P.F.P. 
Local da Publicação: XVII SIMPEP - Simpósio de Engenharia de Produção. Bauru – SP. Novembro 2010. 
Link: http://www.simpep.feb.unesp.br/anais_simpep.php?e=5

Gerenciamento de Hospitais Filantrópicos: Confronto Entre a Técnica Médica, o Poder Político e a Administração Hospitalar. 
Autores: BERNARDES, J.G.; CASTILHOS, J.T.; DORION, E.; CAMARGO, M.E. 
Local da Publicação: VII SEGET - Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Resende – RJ. Outubro 2010. 
Link: http://www.aedb.br/seget/artigos10/237_Gerenciamento%20de%20Hospitais%20Filantropicos%20-%20SEGET.pdf

Motivação do Trabalhador: Estudo de Caso em um Hospital Filantrópico. 
Autores: BERNARDES, J.G.; BARCELLOS, P.F.P.; CAMARGO, M.E. 
Local da Publicação: VII SEGET - Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Resende – RJ. Outubro 2010. 
Link: http://www.aedb.br/seget/artigos10/237_0%20que%20motiva%20os%20trabalhadores%20SEGET.pdf

A Cadeia de Valor de Um Hospital Filantrópico: Um Estudo de Caso. 
Autores: BERNARDES, J. G.; GASPARIN, F. M.; MALAFAIA, G.C. 
Local da Publicação: XXX ENEGEP - Encontro Nacional de Engenharia de Produção, São Carlos – SP, Outubro 2010. 
Link: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_TN_STO_119_779_14867.pdf

Empreendedorismo no Currículo de Administração das Instituições de Ensino Superior do Rio Grande do Sul. 
Autores: ALBA, G.; BERNARDES, J. G.; TOIGO, T.; FORTES, V.; DORION, E. 
Local da Publicação: VI SEGET - Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Resende – RJ. Outubro 2009. 
Link: http://www.aedb.br/seget/artigos2009.php?pag=79

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Parcerias entre hospitais e empresas são benéficas para o setor

Por Maria Carolina Buriti | Revista Fornecedores Hospitalares
Muitas vezes citado como motivo de desentendimentos, culpado por produtos ou serviços problemáticos, por falta de suporte técnico ou treinamentos de baixa qualidade e até a falta deles, o fornecedor, queira a empresa ou não, faz parte do cotidiano daquele ambiente, seja com a própria comercialização do produto e serviço, com funcionários terceirizados trabalhando na organização ou mesmo na hora de apresentar cases para futuros clientes. No hospital, isso não é diferente. E com tantas empresas oferecendo produtos e serviços específicos para um setor em desenvolvimento constante e concorrência acirrada, ganha aquele que se mostra um verdadeiro parceiro, andando de mãos dadas com seu cliente e deixando para trás aquelas que preferem ficar de “braços cruzados”.
De acordo com um estudo realizado, em 2009, pelo Sebrae envolvendo 4.200 micro e pequenas empresas e intitulado “Inovação e competitividade nas MPEs”, 25% dos entrevistados introduziram um novo método ou processo e 24% adotaram um novo produto ou serviço, nos 12 meses anteriores da realização da pesquisa. O documento aponta que a segunda fonte principal que as companhias usam para se manter informadas sobre inovações de produto, processo ou mercado são os fornecedores, atrás apenas da internet.
“A inovação tecnológica ou inovação de maneira geral, não pressupõe algor novo, às vezes é algo corriqueiro e adaptado em outro lugar”, explica o professor de microeconomia da Fundação Getúlio Vargas, Arthur Barrionuevo, sobre os processos criados em determinado setor da economia, posteriormente adotados e adaptados para desenvolver outros segmentos.
Gestão
Esse foi o caso da metodologia Six Sigma, desenvolvida pela Motorola para  aprimorar as práticas de gestão da organização. Trata-se de um conjunto de ações que aplicadas a indicadores resultam em melhoria da gestão com a redução de desperdícios,reestruturação de processos e uma nova visão sobre os procedimentos internos.
 Hoje, a metodologia é difundida em vários setores da economia e muitas companhias já adotam o conjunto de práticas. Uma delas é a White Martins, empresa de gases industriais e medicinais, que incorporou o método há cerca de 10 anos. Para implantar o conjunto de ações é preciso treinar pessoas e a companhia capacitou executivos nas modalidades Black Belt, Green Belt e no Lean- metodologia desenvolvida pela Toyota, que visa a diminuição de gargalos da produção, redução tempo, equipamentos e materiais.
O conjunto de processos bastante difundidos na indústria ainda é um desconhecido do âmbito hospitalar, foi isso que a White Martins constatou ao conversar com seus clientes. “No mercado, verificamos que ela é muito utilizada na área indústria, mas na saúde, só recentemente foi utilizada. Conversamos com alguns diretores dos hospitais e percebemos o interesse no assunto”, conta o diretor de desenvolvimento medicinal da companhia, Jorge Reis.
O pontapé inicial do projeto foi feito no Saúde Business Forum 2010, com a divulgação da metodologia para os gestores de hospitais. Reis conta que para se ter aderência do projeto é preciso conquistar o alto escalão das entidades. “Para funcionar essa metodologia é fundamental que exista o apoio da alta direção do hospital”.
Um dos hospitais que já fizeram o treinamento com a White Martins é o Hospital Brasília. O gerente clínico, Sérgio Fernandes, fez o curso de Green Belt e garante que hoje tem um novo olhar sobre os indicadores de gestão. Segundo ele, a metodologia implica em identificar três desvios padrões abaixo da média e três desvios padrões acima da média. “É preciso ter controle de 99% das ações e é muito difícil chegar nesse nível por processo”, conta.
Caso Fernandes fosse procurar o curso no mercado, teria que desembolsar cerca de R$ 8 mil, mas como o treinamento é oferecido por um parceiro, é gratuito. O curso é ministrado por colaboradores da própria White Martins, que possuem o certificado master nos módulos e custos como passagem aérea e deslocamento também entram na conta da empresa de gases medicinais.
Alavanca
As grandes empresas, de certa forma, acabam puxando as menores em direção ao crescimento, e não há desenvolvimento sustentável sem boa gestão. É o que explica a professora da FIA, Dariane Castanheira.  “É um processo novo que tende a crescer. 95% das empresas, em média no Brasil, são médias, pequenas e micro. As maiores têm interesse que elas cresçam e os hospitais não deixam de ser pequenas e médias empresas”.
A professora cita alguns casos em que companhias de grande porte oferecem consultorias e treinamentos para suas parceiras, na maioria das vezes, empresas menores. Com uma construtora, por exemplo, que oferece treinamento de gestão financeira para as incorporadoras parceiras. O objetivo é claro: com o controle financeiro a empresa menor honra seus pagamentos, executa o trabalho e não prejudica a imagem nem os negócios da grande empresa. Mas o fato é que esse conhecimento, uma vez adquirido pode ser repassado para negócios futuros atrelados à construtora ou não, e isso contribui para o desenvolvimento das pequenas empresas.
No caso da White Martins, o treinamento não está atrelado ao “core business” da  empresa, mas em longo prazo ela colhe resultados do investimento. “Esperamos que, utilizando essa metodologia, os hospitais possam reduzir desperdícios e fazer novos investimentos em leitos e novos hospitais, e com isso surge oportunidade para a nossa empresa”, explica Reis.
Segundo o professor Barrionuevo, esse processo de parcerias que contribuem para o desenvolvimento é comum na indústria de bens de capital. No setor de saúde, ele é um processo peculiar dado as características do setor, pois a maior parte dos hospitais começou de maneira familiar, e às vezes, isso não vem acompanhado de boas práticas de administração. “O que acontece é que quando se tem boas práticas de gestão, a parceria com fornecedores ajuda e os fabricantes têm interesse em conhecer os hospitais.”
E esse conhecimento é estratégico, ainda mais no universo hospitalar com entidades em diferentes graus de desenvolvimento, umas com gestão familiar, outras com processos profissionalizados, de caráter público, filantrópico, universitário e vinculados a operadoras. Há informações valiosas.
“Embora a gente ofereça isso gratuitamente, o retorno é muito interessante. Em qualquer treinamento se está passando conhecimento, mas também se aprende muito no hospital e saímos fortalecidos. Aprendemos muitas coisas sobre as operações dos hospitais e a gestão nos hospitais”, analisa Reis.
Relacionamento
Em um ambiente que se transpira ciência e inovação como os hospitais, as parcerias vão além das alianças num processo de gestão ou treinamento, e colaboram em novas invenções. No Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein, 10 produtos criados em parceria já estão em uso no mercado.
De maneira geral, são produtos que já foram aprovados e registrados, mas que sofrem algum tipo de adaptação. “A grande maioria já são fornecedores. Para fazer isso tem que ter confiança e ter empresa que é parceira ajuda muito”, conta o diretor-superintendente do Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, Luiz Vicente Rizzo.
O executivo não revela o nome das invenções, pois há um contrato sigiloso entre os parceiros e o instituto, mas revela que os produtos vão desde equipamentos presentes em Unidades de Terapias Intensiva (UTI) até áreas como fisioterapia. Há demanda das empresas para testar produtos e desenvolvê-los nos hospitais, que são um ambiente propício para teste. O Centro de Inovação Tecnológica, responsável pela parte legal do trabalho entre parceiro e hospital e braço do Instituto do Einstein tem uma procura de três a quatro projetos por mês.
Foi com uma amizade entre parceiros e uma boa relação com o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, que foi possível desenvolver o “Tele-eletrocardiograma”, tecnologia de transmissão via telefonia celular que transmite exames cardíacos, sem interferência sonora. A parceria entre o Instituto e a Cardioweb, e desta última com a empresa de tecnologia DevPartner, permitiu a adaptação ao eletrocardiograma, eliminando filas e resultando em um projeto inovador- reconhecido pelo Prêmio Mário Covas em Inovação na edição de 2011.
A inovação, como pontuou o professor Barrionuevo, às vezes é só uma adaptação de algo já existente em um outro setor e de outra forma. No caso do Tele-eletrocardiograma, a ideia de tornar o processo de agendamento de exames mais rápido e eficientes, economizando tempo, recursos e salvando vidas. O sistema está funcionado desde 2008, mas até operar sem erros houve um ano de testes.
Referência nacional em cardiologia, o Instituto Dante Pazzanese centralizava grande quantidade de exames cardiológicos. Os pacientes chegavam  à instituição vindos de vários bairros da capital e cidades do Estado de São Paulo. O processo não era eficiente: com a guia na mão, eles marcavam para fazer o exame, depois marcavam para buscá-lo e em um terceiro momento agendavam o retorno com o médico de sua região. Esse processo, além de não ser rápido e tão pouco eficaz quando se trata de saúde, onerava as prefeituras e os pacientes”, é o que conta Faustino França, responsável pelo projeto no Instituto Dante Pazzanese. Dentro dessas etapas estavam embutidos custo com hospedagem e deslocamento do paciente e em casos agravados pela demora no agendamento, se coloca na conta o custo das prefeituras com ambulâncias, por exemplo.
O equipamento adaptado custa em média R$8 mil, a Cardioweb desenvolve um teclado próprio para o eletrocardiograma, que solicita informações como número do registro do paciente, sexo, idade, peso – o exame é realizado pode ser realizado por um clínico geral em uma unidade que contenha o aparelho, as informações são transmitidas via celular para a Central de Laudos do Instituto Dante Pazzanese e ao abrir o exame, o médico cardiologista do hospital utiliza a interface e a tecnologia da DevPartner.
“A internet só é usada para entrar em contato com a DevPartner, decodificar o sinal para se analisar o exame”, explica França. Depois de avaliado é transmitido de volta ao posto base e impresso com o parecer de um cardiologista do Dante.
A central de laudos realiza em média 500 análises por dia, 24 horas e que podem ter sido enviadas de qualquer um dos 78 pontos em hospitais públicos , ambulatórios e postos de saúde do Estado de São Paulo. “Isso salva vidas”, diz França. Uma vez que não há necessidade de um cardiologista para avaliar o exame e apenas um clínico-geral pode realizá-lo enviá-lo para a central de laudos do Dante e ter o diagnóstico de um especialista em no máximo uma hora.
Até o final de 2011, o projeto pretende alcançar 200 pontos em todo o Estado de São Paulo e em um segundo momento a ideia é vender o projeto para instituições. O projeto como um todo custa além do valor do equipamento. Gastos com servidor e até com papel para impressão do exame são arcados pela Secretaria Estadual de Saúde via repasse feito ao Instituto Dante Pazzanese.
Quem ganha?
Seja uma parceria que contribua na gestão da empresa, como a White Martins, ou que envolva um processo colaborativo como o Hospital Albert Einstein e Dante Pazzanese, o fato é caminhar de mãos dadas com o fornecedor pode resultar em boas ideias e melhorias para os pares.
 “Esse relacionamento é muito positivo, as indústrias de modo geral não têm a qualidade de avaliação que o hospital tem. Os processos no hospital são feitos com muita qualidade. Quem vai usar é muito diferente de quem desenvolveu, não só da indústria, mas também para o paciente”, diz Rizzo.
Para Dariane, da FIA, o interesse da empresa vai além de simplesmente ajudar o parceiro “Isso está no plano estratégico para faturar mais. Sempre tem um interesse por trás, esse gasto quando vai por nos informativos, nas despesas de marketing”.
A White Martins tem percebido a grande procura dos hospitais – clientes em fazer os treinamentos, que já ocorreram em cinco hospitais e tem previsão de ocorrer mais três ou quatro agendados para os próximos. Pelo menos no Hospital Brasília, a ação já gerou uma boa impressão. “O relacionamento que se mantém com a White Martins é agregador. Eu sei que eles querem crescer juntos com a gente”, diz Fernandes.
http://saudeweb.com.br/21979/parcerias-entre-hospitais-e-empresas-sao-beneficas-para-o-setor/

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Abordagem Sistêmica e Gestão por Processos

A idéia de escrever esse artigo surgiu da vontade de levantar algumas questões sobre a importância da abordagem sistêmica junto aos leitores que hoje estão envolvidos, seja pela tecnologia da informação ou por meio da gestão, com o mundo dos processos empresariais. 
Introdução

BPMN, BPM, BPMS, BPEL e outras ferramentas e metodologias tão importantes para o modelo de gestão por processos têm sido muito discutidas ultimamente pelas Organizações. Entretanto não podemos nos deter somente nos assuntos tecnológicos e esquecer alguns aspectos organizacionais que se deixados de lado podem levar ao fracasso qualquer iniciativa de alteração no modelo de gestão.

Queremos provocar aqui reflexões sobre a estreita ligação entre a gestão por processos e a Teoria Geral dos Sistemas e o Pensamento Sistêmico, os quais deveriam ser o alicerce para as Organizações que já iniciaram ou pretendem iniciar atividades em BPM (Business Process Management).

Abordagem sistêmica

 

Organizações que ainda não partiram para uma abordagem por processos tendem a conviver com problemas que dificilmente poderão ser mapeados, pois são aqueles que permeiam as lacunas deixadas pela abordagem funcional.

A Organização funcional contribui para formação de feudos, desequilibra fluxo entre atividades, contribui para uma qualidade de informação inadequada, dificultando a comunicação na empresas.

As premissas da Teoria Geral dos Sistemas de Ludwig Von Bertalanffy são de que sistemas existem dentro de sistemas, realizando troca infinita com o ambiente no qual estão inseridos, influenciando e sendo influenciados por ele, logo as funções de um sistema dependem da sua estrutura. Bertalanffy diz que a análise do todo é diferente da análise de cada parte, pois quando analisamos cada parte não colocamos foco nas suas interações. Segundo a Teoria Geral dos Sistemas, a natureza não está dividida em áreas, o que faz com que muitos princípios e conclusões de algumas ciências também tenham validade para outras.

Este conceito também pode ser aplicado às Organizações, que assim como a natureza não podem ser divididas em partes isoladas e nem podem se isolar dentro de si mesmas. Atualmente, ser sustentável passa por entender a si e ao ambiente externo, suas mudanças, as exigências atuais da sociedade e do meio ambiente, levando as Organizações para uma análise bastante importante: das interações existentes entre seus subsistemas e entre ela e o meio onde está inserida.

Buscando o conceito de "sistema" podemos dizer que este pode ser definido como um conjunto de elementos inter-relacionados que interagem no desempenho de uma função.Toda Organização é, a princípio, um Sistema (segundo a Teoria Geral dos Sistemas) e o que relaciona os elementos de uma Organização são as pessoas e os processos executados por elas.

Anthony Stafford Beer definiu a cibernética como a ciência da organização eficaz. Ele postula que as organizações são como pessoas; têm um "cérebro" e um sistema nervoso central. Segundo o autor, muitos dos problemas empresariais justificam-se pela incompreensão clara de como seus sistemas funcionam.

Será preciso cada vez mais estudar e entender o conceito de totalidade, pois uma ação que produz mudança em uma das unidades pode produzir mudanças em todas as outras.

Gestão por Processos e Abordagem Sistêmica

Organizações que funcionam como sistemas fechados, segundo a termodinâmica, estão no estado final de sua evolução, o ponto no qual o sistema esgotou a sua capacidade de mudar. Seus subsistemas não interagem e ela não interage com o meio externoperdendo dessa forma sua flexibilidade e capacidade de adaptação.

As estruturas funcionais são rígidas e pesadas, suas atividades são controladas por níveis hierárquicos, ao contrário da visão horizontal (por processos) que valoriza o trabalho em equipe e onde todos trabalham voltados para o objetivo final: o produto do processo. Analisando isoladamente áreas e/ou departamentos a Organização não analisa as interações entre elas e o impacto que cada uma exerce nas outras.

Sem conhecer seus processos de negócio através de uma abordagem sistêmica, dificilmente uma Organização terá sucesso na conquista de seus objetivos. Melhorar o "todo" significa melhorar cada parte de forma harmônica. Segundo Howard Smith e Peter Fingar, atualmente o que conta é o que acontece fora da Organização e a habilidade dela de sentir e responder.Peter Senge, autor de A Quinta Disciplina, diz que para compreender as questões gerenciais mais complexas é preciso ver o sistema inteiro e conta uma fábula muçulmana: Três homens cegos encontraram um elefante. "É uma coisa grande e áspera, larga e ampla, como um tapete", disse o primeiro, segurando uma das orelhas. O segundo, segurando a tromba, disse: "Eu sei o que é isso: é um tubo reto e oco". E o terceiro, segurando uma perna dianteira, disse: "É sólido e firme, como uma coluna". A fábula termina com uma observação interessante: "O raciocínio desses homens jamais deixará que saibam o que é um elefante".

Abordar por processos significa derrubar as fronteiras funcionais e caminhar em busca da eficiência e eficácia, tendo sempre as necessidades do cliente como referencial absoluto. Significa desenvolver pensamento sistêmico na organização, significa desenvolver visão de totalidade, significa abandonar o pensamento linear e trabalhar os círculos de influência.

Uma atividade fundamental da gestão por processos é a análise da cadeia de valor de uma Organização que já traz em si um grande processo de aprendizado. Ao realizar esta análise a Organização coloca foco nos processos que agregam valor para entrega do produto final, separando-os dos processos de suporte.

Avançando um pouco mais na gestão por processos e na abordagem sistêmica, a Organização analisa e estabelece seus objetivos estratégicos e, com base neles, prioriza os processos críticos da sua cadeia de valor e determina os indicadores que lhe permitirão a medição de desempenho e implantação de processo de melhoria contínua.

Conclusão

Organizando-se por processos as empresas deixam de estar centradas em si mesmas e mudam foco para o cliente externo e todas as partes interessadas. Dessa forma, as Organizações passam também a considerar o ambiente no qual elas estão inseridas, discutindo estrategicamente questões sobre meio ambiente e responsabilidade social fundamentais para a conquista da sustentabilidade.

Conhecer como cada processo impacta no todo e como o desempenho de cada um deles permitirá agregar maior valor para o cliente, atualmente é um diferencial competitivo nas Organizações. Atualmente, diante de um cenário cada vez mais competitivo entender e desempenhar cada função com eficiência já não é mais suficiente para obter sucesso. Algo mais se faz necessário.

Somos sistemas, vivemos em sistemas, trabalhamos em sistemas e somos formados por sistemas esse é o entendimento que devemos desenvolver e assegurar.

Referência Bibliográfica :


HOWARD Smith; FINGAR Peter. Business process management : the third wave. Meghan-Kiffer Press, 2003.
PETERS, Tom. Reimagine. Tradução: Bázan Tecnologia e Linguística, 2004.
SPANYI, Andrew.Business process Management  is a team sport. Anclote Press,2003.
WALTON, Mary R. O método Deming de Administração. Tradução José Ricardo Brandão Azevedo.  Editora Marques-Saraiva, 1989.
PISTORE, Adriano. Ludwig Von Bertalanfy e a Teoria Geral dos Sistemas.
SENGE, Peter M. A quinta disciplina. Best Seller, 2006.

Texto originalmente publicado no site do Forum Brasileiro de Processos: http://www.fbp.org.br/v2/artigos/GetArtigo.asp?t=ABORDAGEM_SIST%CAMICA_E_GEST%C3O_POR_PROCESSOS&ID=83

terça-feira, 7 de junho de 2011

Gestão por processos: 5 passos para o sucesso e algumas armadilhas!

Muitas empresas começam pela revisão das normas da organização, entretanto, fazer isso de imediato é colocar “carro na frente dos bois”

Por Marcelo Raducziner*, Versátil Comunicação Estratégica

Falar em processos é quase sinônimo de falar em eficiência, redução de custos e qualidade, por isso é recorrente na agenda de qualquer executivo. O atual dinamismo das organizações, aliado ao peso cada vez maior que a tecnologia exerce nos negócios, vem fazendo com que o tema processos e, mais recentemente, gestão por processos (Business Process Management, ou BPM) seja discutido e estudado com crescente interesse pelas empresas. Os principais fatores que tem contribuído para essa tendência são:


* Aumento da demanda de mercado vem exigindo desenvolvimento e lançamento de novos produtos e serviços de forma mais ágil e rápida.
* Com a implantação de Sistemas Integrados de Gestão, os chamados ERPs, existe a necessidade prévia de mapeamento dos processos. Entretanto é muito comum a falta de alinhamento entre processos, mesmo depois da implantação sistema.
* As regras e procedimentos organizacionais se mostram cada vez mais desatualizados devido ao ambiente de constante mudança. Em tal situação erros são cometidos ou decisões são postergadas por falta de uma orientação clara.
* Maior freqüência de entrada e saída de profissionais (turnover) tem dificultado a gestão de conhecimento e a documentação das regras de negócio, gerando como resultado maior dificuldade como na integração e treinamento de novos colaboradores. 


Os efeitos destas e outras situações têm levado um número crescente de empresas a buscar uma nova forma de gerenciar seus processos. Muitas começam pelo desenvolvimento e revisão das normas da organização ou ainda pelo mapeamento de processos. Entretanto, fazer isso de imediato é colocar o “carro na frente dos bois”.


Em vez disso, o ponto de partida inicial é identificar os processos relevantes e como devem ser operacionalizados com eficiência. Questões que podem ajudar nesta análise são:


* Qual o dimensionamento de equipe ideal para a execução e o controle dos processos?
* Qual o suporte adequado de ferramentas tecnológicas?
* Quais os métodos de monitoramento e controle do desempenho a serem utilizados?
* Qual é o nível de integração e interdependência entre processos? 


A resposta a essas questões representa a adoção de uma visão abrangente por parte da organização sobre os seus processos e de como estão relacionados. Essa “visão” é o que chama de uma abordagem de BPM. Sua implantação deve considerar no mínimo cinco 5 diferentes passos fundamentais:


1. Tradução do negócio em processos: É importante definir quais são os processos mais relevantes para a organização e aqueles que os suportam. Isso é possível a partir do entendimento da Visão Estratégica, como se pretende atuar e quais os diferenciais atuais e desejados para o futuro. Com isso, é possível construir o Mapa Geral de Processos da Organização.


2. Mapeamento e detalhando os processos: A partir da definição do Mapa Geral de Processos inicia-se a priorização dos processos que serão detalhados. O mapeamento estruturado com a definição de padrões de documentação permite uma análise de todo o potencial de integração e automação possível. De forma complementar são identificados os atributos dos processos, o que permite, por exemplo, realizar estudos de custeio das atividades que compõe o processo, ou ainda dimensionar o tamanho da equipe que deverá realizá-lo.


3. Definição de indicadores de desempenho: O objetivo do BPM é permitir a gestão dos processos, o que significa medir, atuar e melhorar! Assim, tão importante quanto mapear os processos é definir os indicadores de desempenho, além dos modelos de controle a serem utilizados.


4. Gerando oportunidades de melhoria: A intenção é garantir um modelo de operação que não leve a retrabalho, perda de esforço e de eficiência, ou que gere altos custos ou ofereça riscos ao negócio. Para tal é necessário identificar as oportunidades de melhoria, que por sua vez seguem quatro alternativas básicas: incrementar, simplificar, automatizar ou eliminar. Enquanto que na primeira busca-se o ganho de escala, na última busca-se a simples exclusão da atividade ou transferência da mesma para terceiros.


5. Implantando um novo modelo de gestão: O BPM não deve ser entendido como uma revisão de processos. A preocupação maior é assegurar melhores resultados e nesse caminho trata-se de uma mudança cultural. É necessária maior percepção das relações entre processos. Nesse sentido, não basta controlar os resultados dos processos, é preciso treinar e integrar as pessoas visando gerar fluxo de atividades mais equilibrado e de controles mais robustos.


É por causa desse último passo que a implantação de BPM deve ser tratada de forma planejada e orientada em resultados de curto, médio e longo prazo.

Como já dissemos, o BPM representa uma visão bem mais abrangente, onde a busca por ganhos está vinculada a um novo modelo de gestão. Colocar tal modelo em prática requer uma nova forma de analisar e decidir como será o dia-a-dia da organização de hoje, amanhã, na semana que vem, no próximo ano e assim por diante...



Por Marcelo Raducziner*, Versátil Comunicação Estratégica